Você já ouviu falar em Cuckold?

A palavra cuckold se origina da palavra inglesa cuckoo, cuja tradução seria cuco – isso mesmo, o pássaro cuco, que inspirou a criação daqueles relógios divertidos aonde um passarinho sai de hora em hora gritando “cuco”. Mas o que é o cuckold na prática?
Trata-se de um fetiche sexual onde o homem sente tesão em ver sua parceira transando com outro homem. Para esses praticantes, ser corno não é um problema e sim o próprio objetivo da brincadeira! A prática ganhou este nome em função da semelhança com o comportamento do pássaro cuco na vida real, cuja fêmea sai de sua casinha e vai buscar outros ninhos pra colocar seus ovos.
Por mais incrível que possa parecer, a fantasia de cuckold é uma das fantasias mais presente na mente dos homens. O Sexlog, que é a maior rede social de sexo da América Latina com mais de 13 milhões de usuários, revelou os resultados de pesquisas feitas no site e concluiu que a fantasia de ser corno é uma das mais buscadas no portal, atingindo pelo menos 20% de todas as pesquisas.
Em algumas regiões, como sul e sudeste, a fantasia cuckold ocupa o primeiro lugar nas pesquisas.Um levantamento no google trends demonstra que nos últimos anos o crescimento de buscas pelo termo cresceu 800%. A fantasia também existe na versão feminina e neste caso se chama cuckquean. Esses dados vão na contramão do senso comum, se mostrando bastante contraintuitivos.
Afinal de contas, como poderíamos ter prazer ao ver nosso companheiro ou companheira se relacionando com outra pessoa? Vemos então que no que concerne ao tesão e ao prazer nem sempre a lógica racional prevalece, evidenciando que o desejo sexual pertence ao território do inconsciente. Somos atravessados por pulsões inconscientes, como diria Freud.
É por isso que não faz sentido algum falar em escolha sexual, como alguns costumam se referir com relação ao desejo homossexual. É um equívoco contundente, pois ninguém escolhe o que deseja, a pessoa simplesmente constata o desejo dentro de sim. Nós simplesmente constatamos que sentimos atração por homens ou por mulheres ou ambos. Nós simplesmente constatamos que sentimos prazer com a ideia de ver nossa companheira ou companheiro com outra pessoa. Não há muito o que fazer a respeito...
Em síntese: eu não escolho o que desejo, só me cabendo assumir ou negar a realidade. A escolha racional vem em um segundo momento: o que fazer com o que eu sinto dentro de mim? Isso sim depende da razão, da reflexão e até mesmo da conveniência e das possibilidades concretas.
Muitas pessoas deixam de realizar seus desejos simplesmente porque eles fogem do que é aparentemente hegemônico e acaba que todos nós temos medo de ser julgados pelas pessoas que nos são significativas. Leva-se tempo para que consigamos atingir uma certa independência psicológica em relação ao pensamento dos outros. Em última instância, cabe a nós decidirmos quem queremos agradar: os outros ou a nós mesmos!
E você caro leitor, consegue reconhecer em si desejos que você desconhece a origem?