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Como você nomeia o seu genital??



Toda vez que temos que nos referir ao nosso órgão genital acabamos tendo alguma dificuldade...


Se usarmos termos como pênis, vagina, ou vulva, fica parecendo muito técnico, uma linguagem de ginecologista ou de livro de anatomia.


Se usarmos termos como piupiu, perú, bilau, pepeka ou piriquita, fica parecendo muito infantil.


Se usarmos termos como pau, caralho, cacete, piroca, buceta ou xoxota, fica parecendo muito chulo, até mesmo ofensivo.


Sobra ainda a possibilidade de chamar de rola, vara, pica, giromba, geba, xana, perseguida, racha, xibiu ou xereca, mas ainda assim continua esquisito!


Mas afinal de contas, por que essa dificuldade toda? Quando queremos nomear outras partes do corpo, não temos problema algum, não é mesmo? Chamamos de pescoço, cotovelo, braço, perna, etc. Por que só com os órgãos genitais que temos essa dificuldade? E por que tantos nomes diferentes para se referir à mesma parte do corpo? Você conhece muitos outros nomes para se referir ao pescoço, por exemplo?


Tudo isso ocorre por causa de nosso franco desconforto com tudo que envolve sexo, herança diabólica da cultura judaico-cristã. Essa aversão a tudo que é sexual aparece justamente na linguagem que utilizamos. É comum em alguns lugares do Brasil, por exemplo, se utilizar a expressão “embucetada” para se referir a um estado de aborrecimento, raiva ou estar de mal com a vida. Até os dicionários registram o termo: “embucetada = pessoa enfezada, raivosa, desanimada com tudo e com todos".


O termo "pudendo" é sinônimo de vulva e se refere às partes externas dos órgãos genitais femininos. Mas o dicionário também registra outro significado para a palavra pudendo: "aquilo que deve ser alvo de vergonha, de constrangimento".


Isso lembra o célebre registro de Pero Vaz de Caminha para a Corte Portuguesa quando da descoberta do Brasil. Na época o escrivão cristão se mostrou muito surpreso com a naturalidade com que os índios mostravam seus corpos, sem nenhuma vergonha: "Eles andam nus, não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas”.


Ainda hoje alguns pais ensinam os filhos que se dormirem pelados o anjo da guarda não irá visitá-los à noite, como se houvesse algo intrinsecamente errado com nosso próprio corpo.


Já na Grécia antiga o corpo era venerado e as estátuas eram esculpidas enaltecendo o corpo nu. Com a expansão do cristianismo, passou-se a cobrir os órgãos genitais dessas estátuas com folhas de figueira, pois o corpo nu virou um sinal de vergonha. O Papa Pio IX foi ainda mais longe... pegou um malho e cinzel e saiu cortando fora os pintos das estátuas em 1857.



Por incrível que pareça, os resquícios dessa vergonha permanecem até hoje. Em 2019 a UNESCO obrigou o artista plástico a cobrir suas estátuas com calcinha para não ofender o pudor dos visitantes.





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