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Os diferentes tipos de relações não-monogâmicas

Atualizado: 13 de jul. de 2021

Como a não-monogamia pode ser experimentada na prática?



Relações não-monogâmicas são aquelas que prescindem da exclusividade afetivo-sexual entre os membros da relação. Isso implica que o afeto e a sexualidade podem circular para fora da relação também. Isso pode acontecer de muitas diferentes formas, porque as pessoas são distintas e manifestam necessidades e características únicas.


Algumas decisões têm que ser tomadas quando se decide prescindir da exclusividade afetivo-sexual e isso varia de acordo com as necessidades dos membros do casal. A primeira importante decisão a se tomar é se essa liberdade será restrita apenas à esfera sexual ou também haverá liberdade de envolvimento amoroso com pessoas de fora. Além disso, essa liberdade poderá ser vivida separadamente ou apenas quando ambos estiverem juntos?


A resposta para essas duas perguntas já dá mais ou menos uma noção de para onde esse contrato não-monogâmico pode levar. Se o casal optar por ampliar a liberdade para a esfera afetiva, além da sexual, isso tende a caracterizar um contrato poli-amoroso, cujo como o nome já sugere, permitiria o envolvimento amoroso com mais de uma pessoa. Neste caso, ainda é necessário definir se será uma relação poli-amorosa hierárquica (onde existe uma relação principal e as outras são consideradas secundárias) ou não hierárquica (onde nenhum parceiro terá um status especial em relação aos outros).


Caso a ausência de exclusividade se refira apenas à esfera sexual, isso pode caminhar para uma relação aberta (onde cada um pode viver sua liberdade de forma separada) ou pode também caminhar para uma relação tipo swing, onde as experiências extraconjugais acontecem com os ambos os parceiros presentes. É o que vemos por exemplo, na experiência do ménage ou na popular troca de casais. O que caracteriza este caminho é que ambos realizam suas fantasias juntos.


Esses diferentes caminhos trazem consigo implicações distintas. Relações poli-amorosas, onde ocorre um envolvimento amoroso com mais de uma pessoa, certamente são as mais desafiantes e mais arriscadas do ponto de vista da estabilidade do casal, além de mais difícil de serem equacionadas na prática. Por outro lado, trazem possibilidades ilimitadas também.


As relações abertas com liberdade apenas sexual seriam um meio termo, pois cada um pode sair sozinho com outras pessoas, porém com um foco estritamente sexual, sem perspectiva de continuidade ou aprofundamento do vínculo extraconjugal. Ainda assim, algumas pessoas não se sentem confortável porque não estão acompanhando o que se passa no encontro que o parceiro está tendo fora da relação.


Uma modalidade de relação não-monogâmica que aparentemente traz menos riscos para a relação do casal seria o swing, ou seja, realizar fantasias em conjunto. A grande vantagem é que a experiência deixa de ser apenas do indivíduo e passa a ser uma experiência do casal, um programa de casal mesmo, assim como ir ao cinema ou a um restaurante. A grande desvantagem dessa modalidade é que nem sempre os interesses de um são semelhantes aos interesses do outro, o que pode dificultar muito a viabilidade prática, já que as necessidades de um podem não bater com as necessidades do outro e vice-versa.


Vemos então que cada modalidade traz benefícios e desafios distintos e apenas a partir de muito diálogo é que se pode chegar a uma definição de qual seria o melhor arranjo para cada caso. O importante é que ambos se sintam confortáveis e contemplados com o arranjo definido após a conversa. Lembrando sempre de ser muito cuidadoso com os sentimentos e o tempo de cada parceiro.

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